A poesía revolucionaria, reivindicativa, esa que parte dos nosos sentimentos para levarnos á acción. Así escribe Adriám Mosqueira Paços “Senlheiro”, autor nado en Quistiláns no 1985 e que xa ten na súa biografía os libros como fora de control, interferências, labirintos do silêncio, interrogantes, abracaribes, e para o pobre sempre é noite.
Diplomado en educación social e con estudos en antropoloxía social e cultural, traballador precario dende sempre, Senlheiro foi represaliado en diversas ocasións, e dende o 2013 ao 2020 estivo preso en varias cárceres do estado pola súa actividade política independendista, experiencia da que naceron os poemas recollidos en Proibido sentir: escritos desde a máquina-prisom. Tamén o pasado ano foi gañador, xunto a Xandra Táboas, do XXIV Premio Johan Carballeira de Poesía do Concello de Bueu co libro Dou aulas de ioga por videoconferencia.
Pregunta (P): Sempre defendín que a poesía pode salvarnos. Que cres ti?
Eu creio que pode salvar-te num momento determinado, numha situaçom concreta, ou como lera numha entrevista (nom sei onde atopar a fonte, sinto-o), fazer de psiquiatra.
(P): Por que está prohibido sentir?
Penso que está proibido sentir com intensidade e que os atos sejam conseqüentes com essa intensidade. Na prisom está proibido sentir, mas também é algo que um se proibe a si mesmo para bordear situaçons críticas ou mesmo quotidianas (familiares, político-pessoais…) e que formam parte da própria condiçom de prisioneira, dificís ou quase impossíveis de gestionar ou solucionar desde ali dentro.
(P): A túa poesía mestura o terreo máis da reivindicación coa expresión de sentimentos. Como se imbrican dous terreos aparentemente contraditorios?
No caso dos meus livros escritos no cárcere, imbricam-se porque há poucas formas de participaçom política ao alcanço. Nom havendo valor para umha greve de fame, afrontar um isolamento ou autolesionar-se, que som dous métodos tradizionais de luita, um escreve, por exemplo. Na atualidade, pessoal e individualmente nom atopo fácil imbricaçom, nom sendo a colaboraçom com projetos políticos coletivos, como Debuxos pola liberdade ou o da solidariedade com Chema Naia. Por outro lado, coletivamente,na rua, grupos revolucionários ao longo da história galega (independentismo) e internacional (anarquismo, situacionismo…) tenhem fussionado a ideia de poesia e luita., também como forma de criticar o privelégio dos inteletualismos.
«Chegou um ponto no que escrever poemas formava parte dum hábito como caminhar, de feito fazia as duas cousas à vez, ou momentos nos que simplemente nom tinha outra pertença pessoal que um bolígrafo».
(P): Pode xurdir o amor e o odio na prisión?
No cárcere sinte-se, e sinte-se com muitisima intensidade. O que acontece é que ante determinadas situaçons, ou com o passo dos anos, polo menos no meu caso, que coincidiu com certa estabilidade penitenciária e a prática do ioga, passas a outro nível. Também está o inevitável duelo que se vive com a realidade exterior, ou as próprias circunstáncias das relaçons pessoais que um viva, e a etapa na que estas se atopem. O do ódio é outro conto… porque nom fica outra cousa que assumir umha realiade nojenta: por exemplo, que te castiguem e o único trato humano nom telefónico diário seja cum pederasta que che entrega a comida… sem embargo ele está a pagar a sua condena, maior ou menor que a tua. É dificil identificar um ódio pessoalizado, mesmo contra o Diretor da prisom, porque as situaçons estám definidas por um macrosistema anterior a todo isso. Suponho que na rua é o mesmo; nom se trata de ódio se nom de justiça.
(P): No poemario Proibido sentir atopamos reflexións que escribiches en catro prisións. Como foi o proceso de recompilación dos textos? Editaches moito ou tentaches manter a esencia de como foran escritos inicialmente?

Os textos vam tal qual, com a posterior honravél correçom gramatical de Sílvia Penas. Chegou um ponto no que escrever poemas formava parte dum hábito como caminhar, de feito fazia as duas cousas à vez, ou momentos nos que simplemente nom tinha outra pertença pessoal que um bolígrafo. Sobre a recompilaçom, estes poemas som os dos anos 2018-2020, só que para salientar toda a etapa da condena, decido meter um poema de 2013 e outro de 2016, porque ademais no de 2013 proponho-me proibir sentir (sem consegui-lo, claro).
(P): Por que continúan a existir presos políticos na Galiza e apenas sabemos deles?
Porque o Estado espanhol é um estado de essência fascista e patriarcal, que impom o capitalismo, e à sua vez o capitalismo patriarcal mundial impujo o Estado espanhol… Porque há pessoas conseqüentes com os seus ideiais, entre elas vizinhas nossas, independentistas galegas, que e se enfrentam e enfrentárom a ele com todos os meios ao seu alcanço. Sabemos pouco deles porque o poder mediático sirve aos interesses dos de sempre. Pode-se saber mais deles atravês do organismo antirepressivo Ceivar, que à sua vez também sofre da repressom, e outros coletivos valentes.
(P): Despois de saír da cadea, xusto coincidiu co inicio do primeiro confinamento pola pandemia. De que forma che afectou esta circunstancia? Dela escribides ti e Xandra Táboas en Dou aulas de ioga por videoconferencia.
Pois como já estava acostumado a estar entre quatro paredes (que me costou o seu, olho), e entre pessoas enfermas, pois nem tanto… Eu observei umha sociedade aparentemente recuperada da crise de 2012, que contrastava muitisimo coa miséria de lugares como a prisom de León (campo de concentraçom de migrantes) com umha situaçom política algo distinta, mas logo todo se precipitou… até hoje.
A Xandra, grande produtora, atriz e escritora, conheci-na por carta no cárcere, porque se preocupou pola minha saude tras umha trifulca co fascismo local na prisom de A Lama. Enviara-lhe um poemario para um coletivo no que ela estava solidário coas pessoas presas, que ela editou. E depois veu a colaboraçom em Debuxos pola Liberdade, nos Audilivros da Galiza, e na criaçom deste poemário via Telegram.
«No cárcere sinte-se, e sinte-se com muitisima intensidade. O que acontece é que ante determinadas situaçons, ou com o passo dos anos, polo menos no meu caso, que coincidiu com certa estabilidade penitenciária e a prática do ioga, passas a outro nível».
(P): Que supuxo para ti gañar un premio literario como o Johan Carballeira de Poesía do Concello de Bueu?
Pois umha sorpresa, e umha honra, claro. Apenas sabia quem era Johan Carballeira, e ainda tenho que ler mais sobre ele, e difundir todo o que rodea à sua pessoa pois já é mui boa cousa. Nom fum recolhé-lo por compromisos familiares e porque estava a apoiar umha rolda de prensa do germolo das Assembleias Abertas Independentistas.
(P): «Seica lles jode a alguem que escreva», dis nun verso, ao que acompañas máis adiante coa aseveración de que a intelixencia e a prisión nunca se levaron ben. Explìcanos esta idea.

A ver, há que dizer que a minha saude mental renqueou nessa êpoca, recuperando-me no próprio processo repressivo vivido, com a tensom do final da condena, que também lhe chegou. Tenho pendente umha denúncia aos Tribunais europeios que provavelmente nunca farei (custa muito dinheiro leva-la adiante, ademais). Por fortuna, tivem pessoas que me ajudárom e que nunca na vida poderei agradecer o que figérom por mim, frente os obstáculos e mesmo agresons das Instituçons penitenciárias, obstáculos que existírom até o último dia. Por outro lado, há algo sobre o que reflexionei fai pouco, que é a própria arbitrariedade das “instituçons fechadas”: nom se trata de que fagas A ou B, nem C ou D, porque as maquinárias funcionam (pola sua própria natureça) arbitrariamente, entom é quando aparece o absurdo… Aparte de todo isto, em prisom castigam por escrever. Existe a censura, as cartas tardavam até 90 dias ou diretamente despareciam porque as traduciam e liam (baixo pretexto legal) e tenhem-me castigado a mim e a outras presas politicas polo conteúdo.
(P): Como eran os días nas prisións? Aparte de escribir e debuxar, que che axudou a sobrevivir?
Fôrom sete anos e mais dumha decena de cárceres, e pernoctar num número de celdas que nunca contei. Essa é a realidade das prisioneiras políticas (e sete anos som poucos em comparaçom coa condena de várias delas) e dalguns presos sociais que sofrem e sofrérom a dispersom…Isso também fai dificil exponher um sentir quodiano. “Sobrevivir” durante a condena devo-lho à minha parelha e logo amiga na altura, e também à família, advogados e amiçades que me acompanhárom.
(P): Di na túa biografía que dende sempre exerceches traballos precarizados. A que cres que se debe isto?
Bueno, é a realidade de qualquer pessoa que provem dumha família humilde.
(P): Como ves o presente e o futuro da lingua galega? E da literatura?
O presente da língua galega vejo-o complicado, polas políticas lingüicidas do Estado espanhol. O futuro está por ver, porque a vontade move montanhas… Na literatura, sem estar mui ao dia, observo por um lado umha geraçom de escritoras “assentadas” e novas geraçons que venhem ai “petando-o”, e da colaboraçom entre essas duas geraçons pode sair algo muito bom, como os projetos de Séchu Sende com “jóias” do alunado regueifeiro. Também considero que para a literatura é indispensável a existência duns meios de comunicaçom nos que apoiar-se, e penso que no caso galego ganhariamos muito achegando-nos ao resto do mundo lusófono (veja-se a Editora Urutau). Também é certo que estamos metidas dentro dum poderoso Estado com fortes interesses homogeneizantes culturalmente que nom o vai ponher nada fácil, e já nom é cousa só da literatura superar isso.
(P): Estás traballando actualmente nalgún proxecto literario do que nos poidas avanzar algo?
Pois justo estes dias vem de sair um livrinho escrito em 2021, No gume da derrota, editado em solidariedade com Chema Naia, repressaliado do centro social autogerido Escárnio e Maldizer. Aparte disso, tenho apalavradas algumhas traduçons ao castelám em Latinoamérica, e a ediçom dum livro aqui na Galiza: Manobras de aterragem.
Atualmente estou na escrita dum poemário que se vai titular: Falas-me desde fora, e escrevo colunas no portal galizalivre.com.